domingo, 31 de março de 2013

EU E A MÚSICA, A MÚSICA E EU...



A música é a terapia mais verdadeira e com resultados que conheço. 
Não sou de andar com fone de ouvido pelas ruas, mas chego a dormir escutando um bom e pesado trance.
Ela me relaxa, proporcionando felicidade e uma emoção inexplicável para o meu eu. 
Aprendi a deixar o som entrar em mim e eu nele, a partir disso minha paixão musical só vem aumentando a cada dia. É necessário acima de tudo saber sentir. Como as batidas do coração de um bebê, cada bpm é essencial para sua formação.
Vejo muita gente falando que toca e virou DJ, assim do nada. Mas, que não tem a menor estrutura musical para se aprofundar no assunto. Não adianta colocar um pen drive pronto e levantar a mãozinha para fazer cena. As pessoas que não chegaram ao nível de entrega total não tem a menor noção do que estão ouvindo e com certeza acharão lindo champanhes explodindo com fogos de artifício e um personagem fantasiado feito louco pulando na cabine. Eu já fui assim também, mas hoje coisa ruim me incomoda.
A primeira vez que fui a uma rave tive medo. Acreditava que encontraria pessoas se drogando e praticando sexo ao ar livre, isso é a primeira coisa que vem na cabeça. Cheguei e fiquei praticamente o tempo todo no backstage. O pouco que saí analisei a tudo e a todos e achei incrível, é uma tribo fiel! Não soube de nenhuma briga. Todos felizes curtindo o som. Elas não estavam lá para azarar ninguém, queriam música, era um momento de liberdade.
Fiquei durante uma apresentação inteira sozinha na frente do palco, ainda nem sabia dançar. Fiz um buraco no chão de tanto que pulei. Aquele momento foi mágico, vi que não conseguiria mais sair desse novo mundo. Sobre a parte das drogas, sim elas existem em todos os lugares da face da terra.  
Quem usa faz isso em casa, no trabalho ou em qualquer canto. Não é por que as pessoas estão ali felizes que precisam estar usando alguma coisa, esse tipo de informação faz parte do universo hipócrita da sociedade que prefere viver de aparências.
Caí de cabeça mesmo, fiz amigos novos que levarei pra sempre comigo, comecei a estudar sobre os estilos e suas vertentes. Quem não conhece acha que é tudo Techno, música eletrônica e ponto. É um universo riquíssimo e quando comecei a reconhecer esses estilos e parar na batida certa, aí já era tarde, estava completamente envolvida.
A música despertou em mim paixão, emoção, amor, atenção e as sensações mais prazerosas. A vida além de ser um palco é movida a musica. Quem nunca se viu em uma letra? Os bebes escutam, as grávidas, os animais...isso é pura terapia!
Outra coisa que as pessoas não sabem é que o profissional que produz e toca muitas das vezes tem outros trabalhos paralelos e não ficam presos só a um estilo. Para tocar bem tem que ouvir de tudo, ter coragem para arriscar e criar.
Quando falo que meus estilos preferidos são Trance, psy e full on, vejo a reação de espanto estampada no rosto das pessoas. Como alguém escolhe batidas tão pesadas e ao mesmo tempo consegue ser delicada no dia a dia? Sou intensa, gosto do barulho e das passadas que elas nos proporcionam, falo que são de raízes. Mas, como é uma tribo mais fechada aprendi a incorporar outros estilos, mesmo por que comecei a deixar os amigos agitados demais querendo ouvir só isso nas festas. Comecei a ter adoração pelo movimento Underground com seus seguidores e som envolvente. A música tem esse poder também, por isso o profissional precisa estar antenado na pista, pra saber o momento certo de levantar e acalmar o público.
A essência vem de dentro, mas o bom senso é pura arte de observação. Fica a dica! 

Melissa Blanc - aka M.Bee

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